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 ARE YOU ALICE? - SONHOS E PENSAMENTOS

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Liar
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MensagemAssunto: ARE YOU ALICE? - SONHOS E PENSAMENTOS   ARE YOU ALICE? - SONHOS E PENSAMENTOS EmptyQui Set 06, 2012 1:11 am

Uma pequena janela de vidro localizada no alto da parede a esquerda iluminava preguiçosamente o cômodo, este composto por um piso de madeira escura e paredes em um tom envelhecido com o tempo. Um quarto onde a iluminação oscilava de tempos em tempos, o deixando ora mais claro, ora mais escuro. Desta forma, vislumbrara-se que não havia mobília. Nem qualquer sinal que comprovava a existência da última.

Toda aquela aparência discreta levava a atenção diretamente ao centro do quarto, onde a luz era mais forte, quase como um holofote improvisado pela noite. Tudo nos induzia a admirar o que jazia ali, em um lugar que demonstrava em demasia proteção ou abandono. O que levaria qualquer um a perguntar-se o porquê de haver uma boneca em um lugar desprovido de infantilidade.

Ela encontrava-se sentada no chão com a postura de uma determinada bailarina. As pernas revestidas por uma meia calça de listras azuis e brancas, flexionadas levemente, o que fizera seus joelhos se encostarem por falta de qualquer outro apoio. Seus pés enfiados em sapatilhas negras e antigas estavam um tanto virados um pro outro, e os braços da boneca pousavam-se sobre os joelhos, em mais uma busca de apoio, algo que não a fizesse desmoronar sob o chão escuro por sabe-se lá quanto tempo.

Aquela menina trajava um vestido que ia até depois dos joelhos, e, apesar de ser cheio como vestido de princesa, parecia confortável. Um grande laço branco em suas costas escapulia pelas extremidades de sua cintura, e seu tom casava perfeitamente com o tecido azul escuro do vestido. O decote era comportado e os ombros afofados. Tudo levava-nos a pensar que aquela era uma boneca antiga, pois as roupas não tinham nenhum aspecto moderno, muito menos os cabelos soltos e um pouco abaixo dos ombros caindo em vários cachos de diferenciados tamanhos.

Boneca esta, que tinha os lábios pintados de vermelho escuro, as bochechas rosadas e os olhos limpos, mas seus cílios estavam anormalmente elegantes.

E eu reconheceria aquela em qualquer lugar, já que ela era eu.

Sim, era a Jéssyca ali, trajando roupas estranhas e em um lugar estranho. Entretanto, uma parcela de mim achava que meus olhos estavam mentindo, pois aquela ainda era uma boneca. Uma boneca que, se não fosse pelos olhos, eu juraria que era humana.

Os olhos eram castanhos, normal, só que as pupilas estavam dilatadas. Aquela ‘eu’ tinha um olhar inexpressivo, sem lembranças, sem sentimentos e sem qualquer traço de que um dia ela estivera viva. Porém, se eu não me conhecesse perfeitamente, diria que aquela boneca estava confusa. Talvez por sua cabeça estar tombada para o lado, fazendo seu cabelo cobrir toda a linha de seu pescoço. Cachos e mais cachos. Eu nunca vira tantos.

Apesar de tudo, não era apenas a boneca que prenderia a atenção de qualquer ser que estivesse por ali. Não era a humana sem expressão ou a boneca de traços humanos que os faria estremecerem, e sim uma música que invadia todo o cômodo vazio com extrema melancolia. Uma melodia que ouvia-se daquelas agora raras caixinhas de músicas, só que esta era composta por sons que dar-lhe-iam vontade de chorar. Uma melodia que traz a tona todas as suas dores, que não te dá vontade de sorrir, mas também não dá vontade de parar de ouvir.

E assim foi, o foco saindo especialmente da boneca, com o cenário se distanciando e a música diminuindo consideravelmente de volume. Foi naquela hora que eu senti que tudo estava acabando, e que aquela boneca poderia nunca ser resgatada. Foi quando tive uma visão de todo o quarto, agora ao longe, e a música quase imperceptível, que ouvi, tão claro e tão próximo que fora o motivo de eu abrir os olhos de uma vez:

“Jéssyca”.

A boneca ainda estava confusa, a melodia ainda ressonava em minha alma, mas quando ouvi meu nome, abri os olhos para a realidade e encarei o breu do meu quarto, sem ter certeza se meu nome fora dito dentro ou fora do sonho. Apenas senti ser um chamado, e meu corpo respondeu por si só, despertando.
tags: sonho; medo; doll;
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